MANDE SUA MATÉRIA OU SUGESTÃO PARA: nilwillian@yahoo.com.br

PROFESSOR LAILSON: AS PRÉ-CANDIDATURAS DO PSOL TÊM COMPROMISSO COM O CONJUNTO DA SOCIEDADE E NÃO COM SETORES EMPRESARIAIS

Ao fazer uma análise do quadro sucessório no Rio Grande do Norte, o professor Lailson de Almeida, um dos pré-candidatos a governador do Estado pela legenda do PSOL, falou que o atual cenário político apresenta um quadro bastante diferenciado de outras situações anteriores. Ou seja, a disputa hoje para o Governo do Estado apresenta outras possibilidades. “É uma disputa que está aberta”, diz.
Em sua opinião, antes as elites conseguiam costurar acordos, conchaves, de forma fechada e praticamente definiam o quadro até mesmo antes das eleições. Após isso, apresentavam à população a chapa pronta. Ao contrário deste ano, há um cenário diferente.
Lailson de Almeida acredita que esse cenário seja reflexo das mobilizações populares ocorridas a partir de meados do ano passado.
“A sociedade começou a fazer exigências, cobranças, inclusive em relação a políticas públicas. Então, quem não se lembra das faixas e cartazes em que se cobravam uma postura mais correta do poder público, no sentido de desenvolver políticas nas áreas de educação, saúde... Portanto, isso, de certa maneira, desmontou aquela estrutura, as articulações tradicionais das elites. E é isso que se tem observado hoje”, analisou.
Conforme mencionou, até o presente momento, figuras da política potiguar, como o senador Garibaldi Filho (PMDB), pertencente a um dos grupos dominantes, não se definiu acerca de quem apoiará, nem tampouco aceita disputar o cargo. O próprio Henrique Alves, presidente do Congresso Nacional, também não. “E isso nunca tinha acontecido na política do RN”, apontou.
- Há certa insegurança dessas elites, de trabalhar determinadas candidaturas. Elas não têm aquela segurança que tinham em eleições passadas. Portanto, há uma maior consciência por parte da sociedade e, melhor que isso, está mobilizada indo para as ruas. E isso mudou consideravelmente o cenário da disputa, não só do Governo do Estado como das eleições gerais que irá se desenvolver este ano, inclusive a eleição presidencial – observou Lailson.
Nesse sentido, prossegue o professor, como será uma eleição aberta, podem surgir alternativas e surpresas: ela aponta para o surgimento de candidaturas alternativas e que, elaborando e desenvolvendo um discurso que vá de encontro as demandas, pode ter um espaço ampliado.
Antes, os partidos de esquerda, que se colocavam contra as estruturas oligárquicas e da classe dominante, não tinham praticamente espaço e não conseguiam penetrar no eleitorado. “Nesta eleição, é possível que isso mude. Não é fácil”, admite o pré-candidato a governador pelo PSOL. “A população se dispõe a ir às ruas, a mudar. Então, possivelmente tenhamos gratas surpresas. O que é importante, é que surjam candidaturas alternativas que inspirem confiança e que tenham um discurso que vá de encontro ao que a sociedade vem cobrando de forma bastante clara, sistemática, que são políticas públicas nas áreas de educação, saúde, com um discurso que atenda as demandas sociais”.
Ele acredita que, mesmo sendo difícil, com muitos obstáculos, uma candidatura alternativa pode obter um espaço de disputa. Neste sentido, repetindo o que ocorreu na eleição passada na capital no RN, Lailson de Almeida defende que os partidos de esquerda podem ter a possibilidade de ter um espaço maior, de acolhimento por parte de setores da população.

As pré-candidaturas do vereador Marcos Antônio e a sua, ambas do PSOL, podem ser um elemento novo nesse processo. “São pré-candidaturas que estão antenadas, vinculadas às mobilizações ocorridas no ano passado. É acreditar, ter ousadia, manter um discurso coerente, não aceitar alianças espúrias; não aceitar financiamentos privados; colocar para a população que o compromisso da candidatura do PSOL é exclusivamente com o conjunto da sociedade e não com setores dominantes, econômicos específicos”, finalizou o professor Lailson de Almeida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário