FERNANDO BEZERRA: UMA CANDIDATURA DE COSTAS PARA O POVO E EMPURRADA DE GOELA ABAIXO NO ELEITOR
O ex-senador e empresário Fernando Bezerra é o pré-candidato a governador do RN deputado federal Henrique Eduardo Alves e do ministro Garibaldi Alves Filho. Eles alegam que, para o momento de crise que o Estado está vivendo, Fernando Bezerra é o melhor nome para governador. “Ele tem o perfil e experiência em nível federal e mostrou junto aos prefeitos que é homem de palavra, além de ter trazido muitos recursos para RN enquanto senador”, destacou Garibaldi em recente entrevista.
De acordo com a imprensa, as articulações políticas para viabilizar a candidatura de Bezerra estão sendo feitas nos alpendres das mansões de veraneio em Jacumã, praia que serve de reduto para a elite política do Estado.
Regados de vinhos e champanhe francesa, os Alves estão convencendo o empresário a abrir seu cofre e usar de sua influência para bancar a campanha do PMDB.
Antes de Bezerra, os Alves procuraram o também empresário Flávio Rocha (do Grupo Riachuelo/Guararapes), mas foi tempo perdido. Não convencidos de que o Estado não precisa de um gerente empresário, procuraram também o presidente da empresa distribuidora de combustíveis ALE, Marcelo Alecrim, que saiu pela tangente.
E o próximo da lista foi Fernando Bezerra. Só que ele aceita ser candidato se houver consenso no partido e alianças e que tenha apoio de outras legendas. Em outras palavras, só se dispõe a ser candidato se a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) não for disputar a eleição.
Por outro lado, a pré-candidatura está sendo vista como uma imposição dos Alves. Ou seja, está sendo empurrada de goela abaixo no sofrido eleitor potiguar. Mas, é bom o eleitor refrescar a memória sobre um pequeno episódio (que com certeza será trazido à tona nesta eleição): o caso Metasa, uma pedra no sapato de Bezerra (e também dos Alves).
Com cargos de poder no Congresso Nacional e no Governo Federal, o PMDB demonstra não ter um nome que consiga angariar a simpatia do eleitor norte-rio-grandense. O partido tem 5 ministérios no Governo Federal: Previdência, Minas e Energia, Turismo, Aviação Civil e Agricultura.
Mas, será que não há outros nomes para a apresentar ao eleitor potiguar? É claro que sim. O PSOL, por exemplo, partido que vem crescendo consideravelmente no Brasil e no RN, já tem dois nomes para apresentar ao eleitor norte-rio-grandense, como uma opção que verdadeiramente represente os interesses do povo no Governo do Estado. Trata-se dos nomes do vereador por Natal Marcos Antônio e do professor Lailson de Almeida.
Marcos do PSOL vem se destacando na Câmara Municipal de Natal com um mandato propositivo, apresentando projetos e propostas para beneficiar o povo da capital. Já o professor Lailson de Almeida tem uma atuação muita significativa nos movimentos social e sindical. Pois é, o povo do RN não ficará refém da família Alves, esperando que apresentem nomes que não têm identidade popular. É chegada a hora da população potiguar escolher quem de fato a represente e lute para o Estado avançar e sair do atoleiro em que se encontra.
Saiba mais sobre o caso Metasa
Desde que deixou o Ministério da Integração Nacional, em 2001, o então senador Fernando Bezerra tentava convencer a opinião pública de que eram infundadas as suspeitas de que teria desviado dinheiro público da extinta Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Entre 1989 e 1998, quando Bezerra era dono da Metasa, a Sudene o presenteou com 3,9 milhões de reais para montar uma indústria de ferro. No entanto, até hoje a empresa ainda não funciona. A suspeita fez Bezerra virar ex-ministro. Na época, apareceu um fato: uma nota fiscal fria apresentada pela Metasa à Sudene revelara que a empresa de Bezerra desviou dinheiro do órgão – e que o senador mentiu no plenário do Senado ao dizer que todos os recursos que recebeu do governo foram corretamente aplicados na companhia.
É a nota fiscal número 000185, de 28 de agosto de 1997, emitida pela empresa Usimec – Serviços Mecânicos e Comércio Ltda., de Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, no valor de 559.686 reais. A nota aparece na prestação de contas que a empresa do senador fez à Sudene para justificar a aplicação dos recursos. Os auditores do governo, depois de consultar a Secretaria de Finanças do RN, para verificar a autenticidade da nota, receberam a resposta: a Usimec não registrou a venda de 559.686 reais à Metasa em sua contabilidade, e a Metasa também não a registrou em seus livros contábeis. Pior: em 1997, a empresa do senador declarou ter comprado mercadorias no valor de apenas 379 reais. Ou seja: a operação entre a Metasa e a Usimec nunca existiu.
Fernando Bezerra se defendeu alegando que, embora fosse sócio majoritário da Metasa em 1997, já não a administrava. Seu ex-sócio na Metasa, Marcelo Porto, disse que a nota é autêntica, está registrada nos livros contábeis da Metasa e que os equipamentos comprados fazem parte do parque industrial da empresa. O curioso é que nada disso foi confirmado pela auditoria. E a Usimec fez tanta emissão de nota fria para financiados da Sudene que até perdeu a licença para funcionar no Rio Grande do Norte e hoje nem existe mais.
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